Unidad Sociológica

ISSN 2362-1850. Publicación cuatrimestral.

Año 5, N° 20. Octubre 2020 - Enero 2021.

Gestión de poblaciones e impacto de tecnologías

Grupo de lectura sobre análisis sociológicos clásicos y contemporáneos (GLASCyC)

Pedagogia Hospitalar: Os desafios as práticas pedagógicas em tempos pandêmicos

 

Andreza Corrêa da Silva dos Santos (Graduanda em Pedagogia)

Beatriz do Nascimento Lemos Simões Ferreira (Pedagoga)

Silvio Duarte Domingos (Prof. Dr. Titular III da faculdade de Pedagogia)

 

 

Ingresos a este artículo: 10 veces.

 

Resumen

 

Se plantean varios desafíos al trabajo pedagógico en el área de la salud, lo que nos lleva a reflexionar sobre la pedagogía hospitalaria en tiempos de pandemia. ¿Cuáles son los desafíos para las actividades de enseñanza en hospitales durante la pandemia del virus SARS-CoC-2? El objetivo de esta investigación fue analizar los desafíos para el trabajo pedagógico en el área hospitalaria durante la pandemia del virus SARS-CoV-2. Para lograr el objetivo, se propuso una metodología de investigación cualitativa, implementada mediante una revisión sistemática de la literatura, sobre los descriptores “pedagogía hospitalaria” y “covid 19”, en las bases de datos SciELO, Capes Periodicals y Google Academic. Se buscaron artículos publicados entre marzo de 2020 y marzo de 2021. Los artículos seleccionados informan sobre la importancia del uso de las tecnologías de la información y la comunicación (TIC) como herramienta facilitadora que posibilita la interacción entre el profesional y el paciente, contribuyendo así a la interacción social y humanización entre los involucrados.

 

Palabras clave

 

Desafíos – COVID-19 – Pedagogía hospitalaria.

 

Abstract

 

Several challenges are posed to pedagogical work in the health area, which leads us to reflect on hospital pedagogy in pandemic times. What are the challenges for hospital teaching activities during the SARS-CoC-2 virus pandemic? The objective of this research was to analyze the challenges for pedagogical work in the hospital area during the SARS-CoV-2 virus pandemic. To achieve the objective, a qualitative research methodology was proposed, implemented by a systematic literature review, on the descriptors “hospital pedagogy” and “covid 19”, in the SciELO, Capes Periodicals and Google Academic databases. Articles published between March 2020 and March 2021 were sought. The selected articles report the importance of using information and communication technologies (ICTs) as a facilitating tool enabling the interaction between the professional and the patient, thus contributing to social interaction and humanization among those involved.

 

Keywords

 

Challenges – Covid-19 – Hospital Pedagogy.

 

1. Introdução

 

Ao falar sobre o papel do pedagogo, logo associamos ao trabalho desenvolvido como professor em sala de aula, atuando como coordenador pedagógico ou na gestão escolar. Por muito tempo sua prática visou apenas a escola como espaço especifico. Não diminuindo a grande importância desse docente na área educacional, mas também é necessário lembrar que esse profissional se faz, a cada dia, mais essencial nas organizações não escolares.

 É também de extrema importância falar sobre a contribuição desse profissional fora das paredes escolares, que vem crescendo muito ao longo dos anos e é cada vez mais indispensável. Que tem como objetivo desempenhar trabalhos de mediações, articulações de aprendizagem e dar continuidade ao processo de construção do saber, como ocorre nas escolas. Todo local onde exista a intencionalidade de formação humana, haverá lugar para a atuação do pedagogo, sejam em Ongs, empresas, casas de apoio, centros religiosos, hospitais etc.

De acordo com Libâneo (2010, p.58), “[...] há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está presente a ação pedagógica.

Por esse motivo, considerando a relevância desse profissional em áreas não escolares, foi abordado nesse artigo a importância da pedagogia hospitalar à crianças e jovens hospitalizados.

Matos e Mugiatti (2006), definem a pedagogia hospitalar como: “Um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais transitórias do educando, em ambiente hospitalar e/ou domiciliar” (p.37).

 No Brasil o primeiro registro sobre aulas para crianças internadas foi no ano de 1950, no Rio de Janeiro, no Hospital Municipal de Jesus, sem vinculação com a Secretaria de Educação (TEIXEIRA et al., 2017).

 Acredita- se que os profissionais desse hospital tenham percebido em seus pacientes, crianças e jovens ali internados por um período longo, uma grande perda educacional corroborando para a existência da primeira classe hospitalar.

 Quando falamos sobre o afastamento escolar por conta de enfermidades, é também de suma importância nos atentarmos a questões de socialização e humanização desses pacientes, que dentro desses longos períodos hospitalizados podem apresentar baixa autoestima, sentindo- se desmotivados, desestimulados e podendo se desinteressar ao retorno escolar.

  Independentemente, o atendimento sendo prestado em classes hospitalares, ou brinquedotecas hospitalares, ambos são locais de ações pedagógicas nos hospitais e integram- se às propostas da Política de Humanização na Saúde.

É direito desses jovens e crianças hospitalizadas o brincar, a oferta de atividades lúdicas, contribuindo dessa forma com o desenvolvimento.

 Diversos autores têm se interessado pela pedagogia hospitalar: MATOS; MUGIATTI, 2017; LIBANÊO, 2010; GONÇALVES, 2013; TEIXEIRA, 2017; PEREZ, 2007; LÉVY, 1999; PEREIRA; GALVÃO, 2014; NUNES; SILVA, 2020; MORAN, 2000; GIL, 2002; NETO; SANTIAGO, 2006; DANTAS, 2020; OLIVEIRA, 2020; ABREU, 2020; BAPTISTA, 2020; PIRES, 2019; GONÇALVES, 2013.

Esses autores vêm contribuindo para a contextualização do tema, bem como nos estudos em geral sobre essa pedagogia.

Para Matos e Mugiatti (2017):

 

A pedagogia hospitalar é um tipo de atendimento que não se concentra apenas em aspectos físicos do paciente, mas em sua essência, valores, afeto, cultura e princípios, e que visa atender indivíduos que são excluídos das salas de aula, em virtude de suas enfermidades.

 

Gonçalves (2013) entende que o percurso histórico da pedagogia hospitalar está vinculado com os direitos à educação e a humanização do atendimento hospitalar.

Relacionando em um contexto histórico, a educação brasileira vem a longo prazo limitada a questões financeiras e com mecanismos que geram a desigualdade social e exclusão, causando grandes impactos no processo de educação. Sendo assim, mesmo tendo como um ponto inicial a intencionalidade de estabelecer uma educação igualitária, a educação brasileira permanece dentro de um modelo elitista. Onde a classe minoritária, nem sempre é a que mais precisa, explicitando dessa forma várias questões sociais e raciais

 

Ao mesmo tempo em que princípios de igualdades são ressaltados com o acesso à escolarização, procedimentos de segregação social são legitimados, oferecendo uma qualidade de ensino desigual para os diferentes segmentos sociais. (PEREZ,2007, p.62)

 

O tempo passou e quase nada mudou, o cenário de desigualdades e prioridades ainda são os mesmos, sendo cada dia mais intensificado com a pandemia da covid- 19.

Nesse contexto houve a necessidade dos profissionais da educação a se adequarem a utilização das novas tecnologias. Será que todos deram conta a essa adequação?

 Esse período tem trazido questões críticas sociais que nos levam a reflexões constantes. O ensino a distância na ed. Básica por exemplo, é o novo ambiente de aprendizagem que surgiu como uma proposta emergencial a fim de amenizar o impacto, no processo de ensino aprendizagem. Observa- se que deveríamos ter como foco principal o processo, nas competências a serem alcançadas e não no cumprimento de horas e dias letivos, como vem ocorrendo.

 Outro ponto a ser repensado é a escassez de recursos e meios de comunicação por parte das famílias como a falta de conexão à internet, computadores, celulares etc. É possível que nem todos os hospitais disponibilizem acesso à internet, o que pode dificultar ainda mais no atendimento pedagógico na área hospitalar.

Mesmo com poucos documentos que falam sobre o assunto, citaremos alguns autores que pontuam as necessidades de adequações tecnológicas e retratam a importância de se repensar sobre a pedagogia hospitalar, nesse momento de covid- 19.

 Alguns autores que falam sobre a importância do ensino tecnológico na pedagogia hospitalar são: PIRES, 2019; BATISTA, 2020; ABREU, 2020; OLIVEIRA, 2020; DANTAS, 2020.

 Pires, Batista e Abreu, defendem que a utilização da tecnologia no campo da pedagogia hospitalar possa contribuir e melhorar a qualidade de vida dos educandos. Esses autores pontuam a tecnologia como um grande potencializador para a retomada das atividades, de modo a possibilitar a interação e a aproximação social entre aluno/paciente e seus educadores.

Por outro lado, Oliveira e Dantas acreditam que essa nova forma de ensino está interligada constantemente à possibilidades e improvisos. Trazendo à tona as questões de imprevistos e ausência de recursos.

 Segundo Pires (2019):

 

Dessa forma, as circunstancias de interação de diferentes especialidades profissionais no ambiente hospitalar tem o intuito de colaborar no desenvolvimento de atividades como também na elaboração de materiais didáticos que atendam à demanda nesse tipo de processo de escolarização (Pires et al., 2019).

 

Falar sobre o ensino na saúde, em tempos pandêmicos ou não, já é um assunto que nos leva a pensar sobre a capacitação desse professor, sobre a metodologia aplicada, uma vez que esse profissional precisa também de um preparo emocional. Não apenas as questões do dia a dia, mas o pedagogo na área hospitalar, precisa se recriar a cada aluno/ paciente, compreendendo que cada caso é único e na maioria das vezes o atendimento prestado a cada jovem hospitalizado também será. Dessa forma, Neto e Santiago (2006) destacam que:

 

No trabalho de educação e de escolarização, é indispensável gostar de pessoas. Claro que não basta gostar de pessoas, embora isso seja fundamental. Mas, em gostando, ter profundo respeito por elas, a tal ponto que esse respeito seja impulsionador das ações políticas, epistemológicas e metodológicas e contribua para o exercício crítico da profissão (p. 114).

 

Esse artigo teve como objetivo analisar os desafios a atuação do suporte pedagógico na área hospitalar durante a pandemia da covid- 19.

O mesmo se dará por meio de uma pesquisa do tipo estado da arte contemplando publicações compreendidas entre março de 2020 até março de 2021. Com isso, foram correlacionadas as informações já relatadas em pesquisas feitas no campo da educação hospitalar, para compreendemos os pontos analisados, os problemas identificados e, as possíveis soluções encontradas.

Percebemos que questões de implementação de tecnologias e políticas públicas podem influenciar de forma positiva ou negativa uma vez em que enfrentam alguns obstáculos para que contribuam de fato como facilitadores no processo de continuação no ensino. Acreditamos que esse estudo possa contribuir nas áreas vinculadas a educação em classes hospitalares, devido a sua relevância nesse momento de pandemia onde mesmo já tendo se passado 1 ano ainda buscamos compreender e assimilar todos os acontecimentos. Devido à escassez de material sobre o assunto, ainda será primordial darmos sequência a essa pesquisa para de fato entender a importância do pedagogo na área hospitalar em tempos de pandemia da covid- 19.

 

2. Metodologia:

 

Para atingir o objetivo, foi proposta uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória (GIL, 2002), que resultou em um estado da arte. Buscou-se, assim, mapear e discutir a produção acadêmica sobre pedagogia hospitalar no contexto da pandemia da nova corona vírus. Estabeleceu-se uma revisão sistemática da literatura, que por meio de uma busca de trabalhos publicados em um determinado período, visa responder um problema de pesquisa, partindo de critérios pré-estabelecidos (PEREIRA; GALVÃO, 2014).

Foram consultadas as seguintes bases de dados: SciELO, Periódicos da Capes e Google Acadêmico. Determinou-se que somente textos publicados entre março de 2020 e março de 2021 seriam selecionados para a análise, contemplando apenas os estudos que respondessem ao objetivo proposto. Para a coleta de dados, foram utilizados como termos indutores, “Pedagogia Hospitalar” e “Covid- 19”, associados.

Para seleção dos textos, utilizou-se como critérios de inclusão: a) ser artigo científico; b) trazer os dois termos indutores, juntos ou separados, no título, nas palavras-chave ou no resumo e; c) estar integralmente disponibilizado para acesso. Foram excluídos os textos que, mesmo tendo atendido aos critérios de inclusão, não tratavam do tema Pedagogia Hospitalar, no contexto da pandemia da COVID-19.

Para a análise dos dados, primeiro, foram lidos todos os metadados dos trabalhos. Em segundo lugar, os textos selecionados foram lidos integralmente, arquivados e fichados em uma planilha do programa Microsoft Excel versão 365. Nesse documento, para cada artigo, identificou-se o ano de publicação, os sujeitos participantes, os objetivos propostos, o tipo de pesquisa realizada, a metodologia implementada, a síntese dos principais resultados obtidos, a síntese de cada conclusão e os desafios para a prática pedagógica hospitalar que os textos trazem.

 

3. Resultados e Discussão:

 

Na busca pelos termos indutores “Pedagogia Hospitalar” e “Covid-19”, e especificando a data da pesquisa nos anos de 2020 a 2021, foram encontrados 15 trabalhos, sendo eles: 3 monografias; 1 relatório de estágio; 1 guia informativo; 1 livro; 1 apresentação de autores da área educacional e 8 artigos científicos. Após as leituras dos textos considerando os critérios de inclusão e exclusão 5 artigos foram lidos e analisados de forma integral.

 

Quadro 1: Publicações sobre Pedagogia Hospitalar em tempos de Covid-19 coletados.

 

 

Alguns pontos em comum que podemos apontar entre os autores são os objetivos em concordância de Nunes e Silva (2020) e Lino e Sommerhalder (2020) que buscaram refletir sobre a educação a distância e o afastamento social no qual, identificaram que a não interação dos pacientes vem em decorrência da falta de equipamentos ou seja, do suporte tecnológico com acesso à internet.

Já os autores, Dantas (2020) e Costa, Medeiros e Cereali (2020) tinham como objetivo refletir sobre o papel do pedagogo no ambiente hospitalar, suas adaptações ao meio e a forma de ação didática utilizada. No entanto, puderam concluir que é necessária uma reestruturação da prática pedagógica.

Por fim, Ferreira et al., (2020), retratam em seu artigo as dificuldades enfrentadas por uma turma de pedagogia, que realizavam sua matéria de estágio em Organização Não Escolar, em uma UPA da mesma cidade, quando foram surpreendidos pela pandemia no qual se viram na obrigação de realizar sua prática em campo, através de pesquisas e seminários para a conclusão da disciplina. A partir dessa experiência os autores levantaram como possíveis dificuldades as questões de higiene pessoal e tecnologia, destacando novamente os mesmos pontos já citados em artigos anteriores.

 

Organograma:

Fonte: Autoria própria, com base nos artigos selecionados.

 

Dos 8 artigos científicos encontrados, podemos considerar que 3 textos trazem em sua construção materiais que não dialogam com o tema. Uma vez que trazem informações sobre temas diversificados na área da educação, em matérias do curso de Pedagogia e que foram publicados dentro do período da pandemia da Covid- 19.

Todos esses artigos, mesmo que indiretamente contribuíram de alguma forma para a realização desse estudo. Trazendo informações relevantes sobre a utilização de ferramentas tecnológicas no campo educacional. Segundo Levy (1999), a utilização dessas mídias integra professores e estudantes de modo síncrono e assíncrono, construindo uma cibe cultura educacional.

Foram encontrados também 2 textos que embora não se encaixaram em todos os critérios de inclusão, agregaram grandes informações na atuação pedagógica dentro e fora do ambiente hospitalar. Enfatizando a necessidade dos recursos tecnológicos, como uma ferramenta necessária para dar continuidade ao processo educacional e a questões de socialização e humanização. Segundo a teoria de MORAN (2000) décadas atrás, bastava ser competente em apenas uma habilidade; agora a complexidade da tarefa é muito maior. Por isso, o domínio de técnicas inovadoras e a atualização contínua de conhecimentos precisam fazer parte da rotina do professor. Ainda, segundo MORAN:

 

A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. A internet oportuniza interações significativas, através dos e-mails, as listas de discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de comunicação instantânea, os sites de relacionamentos (2000, p.53).

 

  Houveram textos que mesmo atendendo aos critérios, não abordavam as dificuldades enfrentadas por esses pedagogos no período de pandemia como também atuação deles dentro do ambiente hospitalar nesse momento. Reparou- se, que mesmo se tratando de um assunto atual e de relevância, essa temática é pouco discorrida e que os resultados de busca são escassos. O assunto relatado está sempre voltado a possíveis mudanças e inovações das práticas pedagógicas, por meio de projetos que ofereçam maior interação entre o paciente- aluno e o pedagogo, ao uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) como ferramentas que auxiliam significativamente o processo de aprendizagem e a problematização do contexto social, visando oferecer de maneira geral, condições favoráveis ao atendimento prestado. Ainda que haja profissionais não habituados ao uso ou limitados a essas tecnologias, pôde-se notar que a interação possibilitou uma troca de conhecimento importante para a evolução do profissional.

Trazemos em destaque dois artigos que embora utilizem metodologias diferentes, abordam de forma clara nosso objetivo de estudo, que são os desafios enfrentados pelos profissionais da pedagogia hospitalar em tempos de Pandemia de Covid-19. O texto de NUNES e SILVA (2020), traz como foco principal de pesquisa, os desafios do professor na criação de ações pedagógicas atuantes no modelo de ensino a distância buscando dar continuidade aos estudos, promovendo a reflexão de políticas públicas orientando o trabalho desenvolvido na classe hospitalar a fim de contribuir positivamente na aprendizagem dos alunos pacientes. Da mesma forma DANTAS (2020), aborda questões importantes a serem repensadas no que diz respeito a políticas públicas e direitos das crianças e jovens internados, aos medos enfrentados no início da pandemia onde tudo parecia incerto, ao elevado número de mortes em decorrência da doença e até a forma de prevenção que no início era algo extremamente preocupante e impreciso. A autora faz reflexões quanto ao trabalho do pedagogo hospitalar, visando um cenário caótico e de incertezas.

 Os dois trabalhos relatam a rotina do pedagogo hospitalar, as atividades de projetos que estão sendo propostos para que seja possível dar continuidade ao processo de ensino nas classes hospitalares, brinquedotecas hospitalares, ou demais nomes dados aos espaços destinados a esses atendimentos nos hospitais. Mesmo que apresentados em situações adversas e com a extrema necessidade de readaptações no local de trabalho, ambos artigos trazem as questões de adequação à nova realidade, com a adaptação aos recursos tecnológicos utilizados e ao isolamento social como grandes desafios. Por fim, os textos sinalizam a comunicação online como uma forma de aproximação entre os profissionais e os alunos pacientes.

 

4. Considerações finais:

 

A contribuição do pedagogo em ambientes hospitalares é cada dia mais indispensável para que haja mediações, articulações na aprendizagem e para que se assegure a garantia do ensino como aponta à Constituição Federal de 1988, no seu Título VII- Da Ordem Social III- Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205.

Que enfatiza [...] a educação como direito de todos e dever do Estado. O que atualmente não é ofertado aos alunos hospitalizados, uma vez que não são todos os hospitais que possuem classes hospitalares. E quando possuem, não necessariamente é o pedagogo que atua como profissional da educação nessa classe. Muitas das vezes essa vaga acaba sendo preenchida por um psicólogo que pode contribuir nas questões emocionais, porém não assegura a educação como um direito desse aluno.

Foi escolhido como Tema para essa pesquisa a Pedagogia Hospitalar e os desafios das práticas pedagógicas em tempos de Pandemia. Tendo como objetivo principal analisar os desafios na atuação do suporte pedagógico na área hospitalar durante a Pandemia da Covid- 19.

 Notou- se que os artigos analisados trouxeram como principais resultados questões relacionadas a biossegurança hospitalar, a inovação da didática a partir das Tecnologias de Informações e Comunicações (TICs), a ausência de políticas públicas que estabeleçam e amparem a necessidade de um profissional da área da Educação nas classes e/ou espaços hospitalares.

 Podemos dizer que ainda há poucos resultados que amparem nossa pesquisa, sendo assim, faz- se necessário um aprofundamento do tema, uma vez que o mesmo se trata de um assunto atual e de total relevância para o meio. Para que desta forma seja possível se repensar nas práticas pedagógicas no ambiente hospitalar no que diz respeito as utilizações das TICs, trazer como ponto de reflexão a carência de políticas públicas voltadas para essa área, questões relacionadas a biossegurança dando garantia de saúde aos profissionais atuantes nos espaços nesse momento em que vem aumentando significativamente o contágio do Vírus, entre outros.

De acordo com Ballen, 2019 [...]a prática pedagógica em ambientes hospitalares exige dos profissionais envolvidos uma maior flexibilidade, na busca de maiores e melhores benefícios para o escolar hospitalizado. Sendo assim, é necessário que o profissional atuante consiga conciliar questões socioemocionais, auxiliando dessa forma o aluno hospitalizado de acordo com sua particularidade.

 

5. Referências

 

Ballen, S. (2019). Pedagogia Hospitalar. Erechim (RS): Universidade Federal Da Fronteira Sul- UFFS

 

Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.Brasília: Imprensa Oficial.

 

Gil, A.C. (2002). Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas.

 

Gonçalves, S. (2013). Construção de uma Proposta de Formação Continuada para Professores de Classe Hospitalar. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos.

 

Lévy, P. (1959). Cibercultura. São Paulo: Nacional.

 

Libaneo, J.C. (2010). Pedagogia e pedagogos para quê? (12. Ed.). São Paulo: Cortez.

 

Matos, E. y Mugiatti, M. (2006). Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. Edição Digital. Petrópolis (RJ): Vozes.

 

Matos, E. y Mugiatti, M. (2017). Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. Edição Digital. Petrópolis (RJ): Vozes.

 

Moran, J.M. et. al. (2000). Novas Tecnologias e mediação pedagógica (6. Ed.). Campinas: Papirus.

 

Neto, J. B y Santiago, E. (Orgs.) (2006). Formação de Professores e Prática Pedagógica. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Ed. Massangana.

 

Perez, M.C.A. (2007). Encontros e desencontros da educação escolar: implicações para a democratização do ensino. Educação em Revista, 8(1), https://doi.org/10.36311/2236-5192.2007.v8n1.619

 

Pires, S.R. F.G., Marques, R.M.S, Figueredo, A.B y Lima, C.B.S. (2019). Análises sobre pedagogia hospitalar: a questão da multidisciplinaridade na produção de material didático. Brazilian Journal of Production Engeneering, 5(2), 10-19. https://doi.org/10.0001/V05N02_2

 

Teixeira, R., Teixeira, U., Souza, M. y Ramos, P. (2017). Políticas de inclusão escolar: um estudo sobre a classe hospitalar no Brasil. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação-RBPAE, 33(2), 421-447.

 

 

 

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